terça-feira, 12 de julho de 2011

Suspiros aleatórios

     É só por enquanto, eu vou fazer um pouco de silêncio, sentir essa dorzinha profunda e tentar aquietar esses ruídos que provocam desconforto nessa época tão ingrata do mês feminino.
     Há de perdoar-me os momentos em que a angústia insuportável me sufoca e eu deixo transbordar uma única gotinha da verdade passageira que esmaga esse coração dolorido, chatíssimo. É difícil crer que essa sensação não vem exatamente de onde dói agora - o coração - e nem de onde há um nó... Mas vem de onde doerá amanhã ou depois de amanhã, obedecendo ao ciclo mensal castigador.
   Não poderia ser gratuita a dádiva e nem inconsequente o poder de carregar teus descendentes, teus herdeiros, teu homônimo dentro de mim. Emprestando-te meu corpo a nossa imortalidade, dando-lhe abrigo, é que me sentirei muito mais do que completa. Se não fosse mulher, acho que invejaria...
     Mas chega de devaneios semi-feministas. Esse aperto no peito, somado a apenas algum silêncio e palavras menos doces, passa e volta, passa e volta, passa e volta... E é bom que se tire proveito. Afinal, sensibilidade na ponta do lápis, pensamento em você e ouvido nos Beatles não podem causar nada além de suspiros aleatórios e palavras ao vento. (Que o vento não as distorça antes que cheguem ao destino).

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