domingo, 20 de setembro de 2009

Exatidão

Está no som do silêncio ensurdecedor
de cada eco
que o vazio faz
ressoar.

Está no canto da sala redonda
de cada quina
que as curvas retas
deslocam no ar.

Está nos cabelos daquela moça
velha e banguela
de peruca secreta
que ela costuma usar.

Está na definição das palavras
que meu dicionário
confuso e incerto
supõe citar.

Está na resposta incompleta
da mãe confusa
para a criança curiosa
que só faz perguntar.

Está na diferença entre
a noite e o dia
que trocados de lado
mantém o lugar.

8 comentários:

Diego Brito disse...

Exatamente como tudo que é.
Está nas paredes de um convento e nos banheiros de um hospício,..
Esta nas bocas dos patrícios e nos mantos do tempo.

Lindo.

LEONARDO BRITO disse...

Lindo! Muito lindo!!!!

Anônimo disse...

está em todo lugar.

Unknown disse...

pior poema q ja li . [ironic mode SUPER on]

Mel. disse...

Caramba, consegui abrir seu blog de novo! Gostei do layout e dos textos, estava um pouco atrasada...
Bem legal isso, né? textos parecidos e em épocas parecidas. Não estamos sós!

kenco disse...

bonito texto.

João Mello disse...

exatamente em nenhum lugar.
Gostei.

Ivson Olivera disse...

Fazia tempo que não lia nada aqui, então, achei que seria legal descer a barra de rolagem. Eu não estava errado. O poema é ótimo