quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sinestesia

A tela se escureceu, também não havia mais o som daquelas canções insanas por lá. Por um instante pensei em largar meus pertences ali e - mesmo sentindo muito frio - sair pela rua a sua procura...

Uma sensação de liberdade tomou meu ser quando imaginei nossos passos se encontrando e você me dizendo que se sentia livre também. Estávamos livres um para o outro. Cheguei a sentir sua respiração quente próxima ao meu pescoço desprotegido, ouvi algumas palavras doces e macias confortando meu corpo frágil e sedento.

Na minha mente, seus olhos apontavam para os meus como se invadissem a minha alma. Senti-me violada e nua. Seu olhar ácido me corroía aos poucos e eu não compreendia como podia doer tanto. Porém, eu não conseguia desviar meus olhos dos teus...

Conheceste profundamente meus medos e meus desejos... Claro, com a minha permissão foi tarefa fácil. Creio que sabes mais de mim do que eu mesma. Não percebo tanto os meus acertos e erros quanto você, muito menos comento sobre eles. Você o faz com maestria.

Vi teu cheiro na canção mais linda que existe... Não aguentei, transbordei. As gotículas que molhavam minha face eram leitos de rios de cores e luzes inimaginaveis com ondas circulares e brilhantes... Sonhei com abraços, beijos, abraços, beijos, abraços, suspiros, sorrisos, prazeres e suspiros e abraços e sonhei outros sonhos também. Nunca estou totamente sozinha, meus delírios acompanham meu pensar e agora não posso deixar de escrevê-los. Sempre sendo o que projeto ser.

6 comentários:

Carol Costa disse...

seu melhor texto, sem dúvidas.

Izabella Viana disse...

fantástico, só isso.

Bruno! disse...

perfeito cara! O:

Mariana disse...

Menina, você tem futuro! Beijos.

Luiza disse...

Quando sonho, nunca me sinto só. Meus delírios me acompanham nos voos mais altos.

Marie disse...

Nossa moça como escreves bem. Poeticamente perfeito. Adorei.