segunda-feira, 21 de março de 2011

A lua, o desperdício e as unhas

Há uma grande lua no céu escuro que precede o amanhecer, e não há quem comigo essa belíssima imagem possa ver.
Na serenidade do meu momento solitário, ouço ruídos que se assemelham a discussão de um casal em crise, ou a uma briga comum entre familiares. Caminho calmamente seguindo o que instigou a curiosidade dos meus ouvidos e mente. Confirmo minha primeira hipótese: trata-se de um casal "conversando" numa intensidade que me deixou um tanto quanto constrangida.
Olho para o céu, encaro a bela lua e, deixo-me instigar pelo desperdício que me afronta. Um casal, um jovem casal, discutindo sob a luz indiretamente injetada na superfície do planeta, que cruelmente habitamos, pelo único satélite natural que o orbita? Inaceitável. Inadmissível.
E eu aqui, só. Sozinha, solitária, somente só. Como eu queria alguém para apreciar a lua comigo. É tão bobinho, tão clichê, romântico e infantil.. Mas quais efemeridades de uma garota com unhas pintadas de rosa-bebê não o são?

2 comentários:

Felipe Braga disse...

Verdade, Bárbara. Os desperdícios são tantos! Mas esse tipo é ainda mais grave.

Você sempre pota. Adoro!

Beijos.

Juliana Dias disse...

Maravilhoso seu texto!!