quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Olhos abertos

Eu vou sorrir mesmo que tenha só motivo para chorar. E eu não vou hesitar em mentir quando vierem me perguntar se está tudo bem.
Já pensei em me isolar e ficar sempre em silêncio, exibindo a verdade de dentro de mim estampada na minha cara. Já pensei também em falar tudo que eu sinto, procurar as palavras para explicar tanta angústia, pro primeiro que vier me perguntar.
Confesso, ainda não sei o que vou fazer, mas por enquanto não vou fazer nada além de fingir. Tá vendo minha cara de paisagem? É assim que eu vou ficar até não caber mais em mim e meus olhos transbordarem assim, inexplicavelmente e do nada, na frente de todo mundo. Acho que eu já senti isso antes, e não é bom.
Amigos, amigos, amores à parte e assim a vida continua. Em silêncio.
Em silêncio ou ao som dos risos falsos que eu vou dar quando for preciso mostrar que eu "tô bem".
Relaxa, relaxa... Um dia a gente aprende a ignorar e começa a fazer isso sem perceber.
Ignorar pessoas, presenças, corpos, faces, gestos é bem mais fácil do que ignorar lembranças, memórias, imagens, frases soltas que só você conhece. Ignorar aquelas gargalhadas e outros barulhos ressoando na mente às vezes, assim, despretenciosamente é que é complicado. Nem sei se eu quero ignorar, certamente um dia vai ser maravilhoso lembrar e rir de novo, mesmo que só eu recorde, não importará mais.
Só é mortal o que não vimos, então, perdão, mas tem muita coisa que não vai morrer. Porque insisto em manter os olhos abertos?

4 comentários:

Felipe Braga disse...

Tem certeza?

Ana* disse...

Não deixe de perceber o mundo que te cerca... sua visão dele é muito preciosa!
Beijos

giselly disse...

perfeito!

Luan Martins disse...

Tem certeza? [2]