sábado, 1 de agosto de 2009

A confusa voz da experiência

Queria pensar como um velho para poder entender seus conselhos que, apesar de sábios, não demonstram sentido convincente o suficiente para serem seguidos pelos jovens imaturos. Estes que apostam nas certezas tortuosas da juventude todas as fichas de seu futuro e, mais tarde, - se houver tempo - entenderão que certos impulsos deveriam ter sido seguidos ou não.
Mas não há como prevenir-se de ciladas, pois "quem acredita nos velhos caducos que apenas querem dar razão para seus últimos instantes de uma vida abarrotada de arrependimentos?"...
Pelo mesmo motivo que refere aos experientes confiança, também há de desconfiar dos seus palpites... afinal, eles erraram bastante, não é mesmo? E pretendem, talvez como missão final, consertar seus equívocos tentando livrar os mais moços de decepções - fatídicas -.

Pensando nisso me veio à mente uma música de uma banda que eu adoro. Com certeza a letra é apropriadíssima.

O velho e o moço - Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante

Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado

E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz
Quem então agora eu seria?

Ahh, tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão
Quando vem dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo

E se eu for o primeiro?
A prever e poder desistir
do que for dar errado

Ahhh
olha, se não sou eu
quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão

Ahhh, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
aceito a condição

Vou levando assim
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir.

5 comentários:

LEONARDO BRITO disse...

Lendo seu texto recordei-me de uma frase de um professor: "Cabelos brancos podem ser tingidos,mas não se pode tingir uma vida em branco..." como esse texto pesa sobre mim a responsabilidade de viver o hoje com grande intensidade, ao mesmo tempo que com muita sabedoria e sobriedade... Aff como viver é difícil.

Diego Brito disse...

MUITO LINDO BÁRBARA,..
Eu apenas discordo de você em um ponto, quando você diz que queria ter a cabeça de um velho para entender conselhos idosos.

Normalmente nós ficamos velhos cedo demais e sábios tarde demais.

Você não, eu vejo em você uma mulher de uns 45 anos se escondendo em um corpo jovem.

Ainda bem que a internet existe, e, pessoas como você podem expor seus trabalhos.

Anônimo disse...

Bárbara! É bom encontrar seu blog e ver fundamentos em algo virtual. Texto muito legal! E mais uma vez, Los hermanos.. Não existe música melhor do que a deles.

Beeijo :)

Ivson Olivera disse...

Quando comecei a ler o post, pensei em colocar a letra de "o velho e o moço" aqui, porque achei que tinha muita ligação. Mas nem precisei. =P Então tu é mais uma admiradora de Los no mundo? ^^

Lorena disse...

não sou fã de "Los Hermanos", mas gostei bastante da música, nem preciso dizer que gostei bastante do texto também, né? às vezes eu me acho muito pela saco sua, mas não tem como deixar de elogiá-la, apesar de você saber minha opinião sobre seu talento. Te espero no seu futuro brilhante, minha jornalista! HAHA