quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Puta: a mãe de todos.

Ódio não seria apropriado para tentar explicar. É simples, curto e objetivo. Não tem a pretensão de se tornar um desabafo.
Deixei de tomar meu comprimido diário de Calmapax para discorrer sobre meu sentimento extremo de irritação e covardia com mais verdade.
Quero atingir em cheio esta porra de culpa que eu sinto do que eu não fiz. Merda de mundo miserável e machista! Que raiva dessas mulheres, desses homens, dessas mães, desses pais, desses casais de merda. Que vidinha superficial. Cara, eu realmente achava que podia haver cumplicidade sem haver dependência. Eu achava que podia ter saliva sem ter cuspe. Cuspe desgraçado, não precisava ser assim tão direto, frio e calculista. Covardes. Covarde eu, hipócrita. Vocês ingratos, eu ingrata. E egoístas.
Imediatistas. Estressados, apressados, impiedosos. Se Deus existe, já desistiu de nós. Se não existe, temos sorte, menos uma decepção no universo.
Cientistas. Jornalistas. Professores. Amores. Amores? Casais. Suor, 'amor', delírios e gemidos. Imediatos.
Corja de animais sedentos, sem escrúpulos. Corruptos, corruptas. Mortas ou vivas, imundas.
Fiés e infiéis homofóbicos, malditos.
Precisar não é querer. Só se precisa, e é sempre o mais rápido possível.
O 'mais', o 'maior' urge e passa pela vida como uma ambulância pedindo desesperadamente por passagem, a diferença é que o objetivo do apelo não é salvar alguém.
Matem-se todos. Sem música, sem paixão, sem verdade. Sem drama, sem calma, nem vergonha na cara. Filhos da puta. Puta sociedade, vadia. Sou, és, é, somos, sois, são filhos e filhas. Malignos.

16 comentários:

Hiran Matheus disse...

Tive um orgasmo lendo o seu texto rsrsrs Cara nunca mais tome esse remédio *-*

Izabella Viana disse...

Perdi o fôlego. Acho que esse foi o texto mais intenso que você já fez. Você deve até ter se sentido melhor depois de colocar essas palavras pra fora. Muito bom!

Fran disse...

Foda.

Unknown disse...

Inspiração de cada dia nos dai hoje! Gostei MUITO (:

Existencialista Covarde disse...

=O

gozei[2]

Juliana Dias disse...

Como assim Bárbaraaa! Um protesto e tanto, entendi muito bem o que quiseste dizer neste desabafo!

Muito Bom!

Felipe Braga disse...

Nossa! Comecei a ler e terminei num único fôlego!

Também senti um prazer quase sexual. hehe

Só queria saber quais são as diretrizes dessa explosão. E adorei os destinatários. hehehe

Beijos.

O VERBO NÚ disse...

FACULDADE, SIM; OBRIGATORIEDADE, UM ABSURDO!

A Lei – independentemente de ser seu enunciado um dispositivo constitucional ou infraconstitucional, pode............

Raíssa Medeiros disse...

Apaixonei-me por você e seu texto nas primeiras vinte palavras.

Raíssa Medeiros disse...

Agora te sigo e estás nos meus favoritos. Fico muito feliz por isso.

Vlad disse...

Nossa, que desabafo, querida! Pura intensidade poética... Às vezes nós precisamos liberar nossos fantasmas para "ver melhor".

Gerciano disse...

Catártico. De fato, como diria o poeta: o mundo não tem remédio, os suicidas tinham razão. Seu texto é uma dose de cicuta, o mais interessante é que ele contrasta bastante com a ternura dos textos precedentes, demarcando este caráter instável que lembra os Ultra-românticos, entre a ternura e o pessimismo.

Sarah disse...

que crítica, uau, amei!

Anônimo disse...

Cacete! Intenso! Unico! Quase insano e completamente genial!
Tão denso que quase se pode tocar, tão intenso que é quase uma punhalada pelas costas em uma criança inocente.
Magnifico!!!
Bjs,
Orgulho de ti, Prima!
Samuel

Alessandra Zaharoff disse...

Entendo exatamente o que vc quis dizer com tudo isto.

Lindo texto, muito bem escrito, como sempre.

Destaco a seguinte parte, simplesmente perfeita: "Precisar não é querer. Só se precisa, e é sempre o mais rápido possível."

Marcio disse...

Bárbara, que texto maravilhoso! Não sei o que o motivou, mas foi uma porrada de Deus. E é verdade. São assim hoje as coisas do amor(há exceções, pode acreditar e, se quiser e puder, ter esperança). Deviam mudar de nome. Filhos da puta mesmo os que põe uma mão pesada -suja - sobre o mais delicado e poderoso dos sentimentos, sensações, realidades, completações de nós. Mas ainda dá, vamos resistir. Que orgulho de ser seu professor! Essa paixão também está nas aulas e nos seus trabalhos. Quero dar a mão a você, temos um caminho para fazer juntos.Suspenda o Calmapax(é isso?)